quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Por que a mulher desperta?

by Clarissa Vargas & Érica Böhmer:

Ela quer despertar o que tem de melhor nela mesma....

Quem sou eu?

Amélia.
Amélia Ferreira, começo por ela. Desde pequena a mais bonita, a mais chama-atenção, a mais. Quando adulta, uma jovem-nerd reprimida, e a mais atrai homens imaturos e estranhos. O destino de Amélia Ferreira é duvidoso.


Por que, pergunto, tantas outras mulheres, igualmente bonitas e que se destacam aonde vivem, vivem como Amélia Ferreira, com medo de ficarem em pé e sambarem com a perna toda?
Homens que não ligam no dia seguinte, homens que demoram a se expressar...
ahhh.. e o sonho... o sonho da jovem romântica que hoje se culpa por ter assistido demais A Bela Adormecida continua lá, intacto, embora ela tente se convencer do contrário. O que vocês acham que seria a solução para Amélia?
Neste caso, o que ocorre? Por que uma mulher de vinte poucos anos, cuja beleza exalta babas nas ruas, cujo coração deseja apenas viver para um amor, sim, por que nossa personagem desta semana anda tão infeliz no amor? Atraindo meios-amores,
gatos-pingados, declarações momentâneas, sexo casual? ISSO QUE QUEREMOS SABER!



"Belas" respondem:

Pergunto-me - julgando pela descrição - se Amélia cresceu ou amadureceu? Pergunto-me se ela não prefere ficar em seu mundo antigo de faz de contas, onde fadas e duendes são o que ela sempre sonhou, no tempo onde era a criativa, a popular, a diferente, a rebelde, onde desconhecia seu próprio corpo – a não ser pelos hematomas e arranhões do seu lado moleca... Se, hoje em dia ela não atrai justamente "Peters-Pan" por eles morarem na "Terra-do-Nunca" do qual ela AINDA faz parte... A terra onde o romantismo impera, mas onde tudo não passa de uma brincadeira sem fundos de realidade. E onde cada reiniciar de uma história, se torna, outra vez, "Era uma vez..."

 Acabo vendo tudo isso como uma auto-sabotagem, uma falta de auto-conhecimento e amor a ela mesma. Não há problema algum em amar a menina do passado, mas há em anular a mulher do presente!... Como se ela tivesse ficado no passado com medo do seu novo corpo de mulher, e, ao contrário de cisne, tivesse se transformado num patinho feio. Vejo tudo isso como se Amélia não tivesse conhecimento da mulher extraordinária e linda que é... Não conhecesse realmente o seu corpo, seus desejos, seus "reais devaneios", o que quer e o que não quer da vida.

 Convido Amélia a conhecer a si mesma, a amar-se... A paquerar a vida, por meio do olhar próprio e das percepções que a esperam! A testar uma nova forma de viver...

 Porque todas sabemos... Amélia que "ERA" - já não é mais - mulher de verdade!


Comecemos pelo drama e pelo riso. No final de muitas lágrimas, lá está ele... O Riso. Esperando, ansioso, para alojar-se em nossa boca, descarado, zombador de nós mesmas. Sim, chorar a morte da antiga Amélia e depois rir. Saber rir de si mesma é sair do drama. Saber que a que sonha com o príncipe encantado é também a que se arrisca, se aventura, se permite a "solidão"... a desfruta e "goza".  Não há fórmula certa, e quem diz que a conhece se engana. A fórmula é não formular, mas analisar, cada caso como sendo um caso, mas vendo tudo como um todo... E, ao mesmo tempo, ser tão fiel a si mesma que até para errar, a antiga Amélia perceba que necessita de disciplina. Como se na ordem é que morasse a liberdade infinita. Um caos organizado, que permite a beleza da antiguidade com a superação de si mesma e das pós-modernas. Um feminismo que adora ser cortejado. Uma contradição zombada, palhaça, da certeza de se saber santa e profana, porém sem a necessidade de escolher o tempo todo entre uma e outra. Ou isso ou aquilo não nos servem mais. Por que isso ou por que aquilo foi substituído pelo Para quê ? Há mais limites e SIMs virando NÃOs. Mas há um grande NÃO inimaginavelmente virando SIM. Há menos explicações e mais ações, menos cobranças e mais elogios, ao mesmo tempo em que há mais segurança e menos competição. Amélias virando Bromélias, Azaléias... Tornando-se mulheres exóticas!... A frente do seu tempo, com um olhar no passado...